Domingo, 20 de Abril de 2008

Almada Arranha céus

    Como foi dito no post anterior, deixamo-vos aqui um dos projectos não aceites para a zona da Lisnave.

Fonte: http://www.skyscrapercity.com

Os arranha-céus estão de regresso a Almada
num plano que conta com a aprovação da Câmara local. O traço dos arquitectos Richard Rogers e Santa Rita conceberam para os antigos estaleiros da Margueira o projecto Almada Nascente, cuja frente virada para o Mar da Palha prevê a construção de dois ou três imóveis com cerca de 35 pisos (120 metros de altura).




A versão final do plano de urbanização fica concluída até final deste mês. Junho é também a data em que termina o prazo do Fundo Margueira. O Estado pode ser, então, obrigado a desembolsar 152 a 160 milhões de euros caso os bancos subscritores do Fundo exerçam o direito de ser reembolsados por os activos do fundo imobiliário não atingirem o valor inicial da subscrição de 214,5 milhões de euros.

No plano de urbanização, a volumetria adoptada introduz na planície da Margueira uma lógica de progressão. Junto à Cova da Piedade, os edifícios têm dois pisos, progredindo a altura dos edifícios em direcção a Leste, até serem obtidos os 35 pisos no limite dos estaleiros. No perfil da cidade, o resultado revela um céu rasgado por alguns imóveis monumentais que atingem mais do dobro da altura do pórtico com a inscrição Lisnave, peça dos antigos estaleiros que irá permanecer, como monumento. A extensão da linha horizontal de água do rio Tejo e a verticalidade destas construções recordam o corte urbano de Manhattan (Nova Iorque), a exemplo do anterior projecto para o local – A Elipse – do arquitecto Graça Dias.

O consórcio Atkins/Santa Rita /Richard Rogers projectou para os 115 hectares habitação para 9500 pessoas e áreas de serviço que empregarão 15 mil. Os transportes públicos são a prioridade para a circulação, estando prevista a extensão do Metro Sul do Tejo desde Cacilhas até à Cova de Piedade. A presença de um terreno plano deixa advinhar o incentivo ao uso da bicicleta, já que o estacionamento automóvel nos locais de comércio será de um lugar por cada 75 metros quadrados de construção e nas zonas de escritórios de um espaço por 200 metros quadrados de construção.

A urbanização estende-se por uma malha de quarteirões que junto ao Tejo contempla uma marina, equipamentos de lazer e zonas de embarque para Lisboa (cinco minutos de barco) e Seixal (dez minutos). Duas a três décadas é o tempo previsto de construção, num plano que prevê a extensão do Metro para Lisboa. Um túnel viário ligará a Margueira ao Centro Sul.

ESPELHOS DE ÁGUA EM DOCAS MONUMENTAIS

João Santa Rita, o arquitecto português que com o britânico Richard Rogers redesenha o Leste de Almada explicou para o CM o desafio de urbanizar o espaço em volta de uma doca com 800 metros de comprimento e 200 de largura. “A doca não pode ser vista como um obstáculo na circulação das pessoas”, disse, acrescentando que o plano de urbanização recorre “a espelhos de água no aproveitamento das docas monumentais”.

“Num exercício arquitectónico pioneiro em vários aspectos”, o arquitecto defende que “a existência de 50 hectares onde estão as docas devolutas é um aspecto muito singular a intervencionar”. A urbanização “em grande escala na planície da Margueira tendo por contraponto a zona acidentada de Almada e o imenso plano de água do Tejo são outros desafios “, sublinhou o arquitecto,

Para Santa Rita, “o facto de existirem dois quilómetros de frente ribeirinha completamente descompremetidos é uma oportunidade única para envolver o rio na vivência de Almada”.

Apelidado o seu projecto como “Veneza do século XXI”, Santa Rita referiu que ao contrário da cidade do Adriático, “onde muitos dos canais são bastante intimistas, as docas da Margueira são monumentais”. “São escalas muito diferentes, e Veneza, tal como Lisboa, construiu-se ao longo de vários séculos, enquanto que o empreendimento para Almada é para construir em duas a três décadas”, recordou.

“Reequilibrar o centro de gravidade da Área Metropolitana de Lisboa, estabelecendo o Tejo como eixo central” é outro dos objectivos propostos.

Santa Rita precisou que “há uma estratégia de ocupação do terreno que evolui em altura”. “É uma nova tipografia para a cidade que aproveita a enorme horizontalidade do rio Tejo e em que pontualmente são colocados edifícios mais altos”.



TORRE COM 300 METROS

O arquitecto Graça Dias ousou colocar, em 1999, fora de Lisboa em frente ao Terreiro do Paço um edifício com 312 metros de altura – dimensão idêntica à da Torre Eiffel erguida em Paris em 1889 – e que atingia a altura do Cristo Rei.

A Câmara de Almada recusou o empreendimento. Maria Emília de Sousa, presidente da autarquia, acusou então o Fundo Margueira de querer “roubar o céu ao povo de Almada”.

Também José Sócrates, na altura ministro do Ambiente, chumbou o projecto cuja densidade urbanística apontava para 30 mil habitantes. Em 2000, o investimento inicial seria de 750 milhões de euros. Um viaduto de percurso panorâmico limitava o conjunto urbano.

REDESENHAR CIDADES

CABOS E TUBOS

Richard Rogers, o arquitecto que assina o plano de urbanização de Almada é responsável por alguns dos edifícios mais marcantes do mundo. Em Paris, surpreendeu quando em 1976, em parceria com Renzo Piano, inaugurou na zona histórica o Centro Cultural George Pompidou. A fachada é dominada por um complexo de cabos e tubos. Em 2000, responsável pelo plano de reconversão de parte das docas londrinas, concebeu o Millennium Dome. Entre mãos tem a tarefa de modernizar o Aeroporto de Madrid.

ALMADA PARA O POVO

“Os cidadãos têm de sentir que a cidade é deles, têm de vivê-la , usufruí-la”: Richard Rogers partiu desta ideia para conceber com João Santa Rita o plano de urbanização da Margueira. A crise energética existente e a protecção com o meio ambiente foram o segundo factor para encontrar uma atitude para os edifícios.

PINTADO POR Marias às 23:32
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